Na semana em que se assinalou o Dia Internacional do Turismo e em que a Câmara Municipal de Tábua avançou com estatísticas “recorde” em termos de visitantes, os vereadores da Coligação PSD/CDS-PP vieram propor que o concelho passasse a aplicar uma taxa turística de 1 Euro por cada dormida, dando o exemplo de outras autarquias que já o fazem há algum tempo, ajudando assim às receitas do Município e a compensar o desgaste provocado pela passagem dos turístas.
A vereadora Maria do Rosário lembrou que este é um valor simbólico, para quem paga no minimo 50 ou 60 euros por uma estadia, e que iria ser uma ajuda às contas da autarquia. “Para quem paga uma dormida, não é por um euro que deixa de vir a Tábua e para uma Câmara que tem as contas que tem, 38 mil euros dava jeito”, considerou, a fazer as contas atendendo ao número de dormidas registadas em 2023 em Tábua.
Falando do caso de Lisboa e do “exagero” que, na sua opinião, é a taxa de quatro euros cobrada atualmente a quem dorme nas unidades de alojamento da capital, o presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz, considerou “prematura” a aplicação da medida no concelho, lembrando que a taxa proposta de um Euro não vai diretamente e na sua totalidade para os cofres da autarquia.
Além disso, o edil garante que não são 38 mil euros que “vão fazer a diferença” nas contas do Município”, que se afirma cada vez mais como uma referência pela qualidade das suas unidades hoteleiras, restaurantes e equipamentos de lazer.
Também o presidente do Turismo do Centro Portugal, Raúl Almeida, considerou já a medida “prematura”, tendo em conta que os destinos turistícos da região centro “não estão assim tão sobrecarregados de turistas” para lhe ser cobrada essa taxa, lembrando ainda assim que as autarquias têm autonomia de decisão nesta matéria, podendo decidir fixar o valor da taxa turistica que vão cobrar e as normas da sua aplicação.
Raúl Almeida chama ainda a atenção para a “injustiça” que a aplicação da taxa pode representar, nomeadamente para quem vem para os territórios em trabalho e não em lazer, e tem de suportar mais este custo.
A nível nacional, para já, são cerca de 40 municípios a aplicar esta tributação, onde se incluem Coimbra e Figueira da Foz.