Seis meses depois da última reunião descentralizada do executivo, realizada em Ázere, o vereador do PSD, Fernando Tavares Pereira regressou ontem ao lugar da oposição, na reunião que decorreu na freguesia de Mouronho.
O facto foi desde logo assinalado pelo presidente do Executivo Camarário, Ricardo Cruz, que lembrou que das 40 reuniões já realizadas no atual mandato, o autarca eleito pela Coligação PSD/CDS-PP” terá marcado presença em cerca de metade, ou seja, 20, notando que apesar das justificações para as faltas às reuniões serem por “motivos profissionais”, a verdade é que “depois o vemos noutras iniciativas”.
Aliás, “se fosse na escola já tinha chumbado por faltas”, observou o edil, que saudou o regresso do primeiro vereador eleito pela Coligação “Coragem para Mudar” às reuniões do Executivo, apesar dos “mimos” com que brindou a reunião de ontem.
“Em seis meses trazer só essas recomendações, afinal é sinal que não estamos assim tão mal”, concluiu Ricardo Cruz, que antes tinha sido acusado por Fernando Tavares Pereira de “andar a brincar com coisas sérias”, nomeadamente no que diz respeito à iluminação pública na localidade de Midões, e mais concretamente na zona onde reside, onde disse “já não conseguir ver os buracos”. E comparou com a quantidade de luminárias que estão acesas na rua onde reside o presidente da Câmara, na vila de Tábua. “Como está aí a apanha do pinhão, deve ser para apanharem pinhões”, atirou o autarca da oposição, fazendo alusão a uma zona de pinheiro manso nas proximidades. Ricardo Cruz considerou a comparação “ridícula”, lembrando que a iluminação pública na zona onde reside já lá estava antes de ele ter ido para lá morar, além disso, aconselhou o vereador do PSD a queixar-se a quem de direito sobre a questão das lâmpadas desligadas na sua área de residência, “como é sua obrigação e dever enquanto cidadão de chamar a atenção”.
O presidente da Câmara aproveitou ainda para responder às questões colocadas pelos vereadores da oposição relativamente às obras do Mercado Municipal, garantindo que os trabalhos no exterior, depois de um pequeno interregno devido ao “desvio” do empreiteiro para outras obras, estão agora a andar a bom ritmo, com todos os transtornos e prejuízos que este tipo de intervenções causa às populações e neste caso, aos comerciantes.
A temer o seu arrastar, os vereadores Fernando Tavares Pereira e Vítor Melo, vaticinaram que estas obras não se arrastem por “7 ou mais anos”, correndo o risco de no final “já não haver mercado”.
Ricardo Cruz tranquilizou a oposição, garantindo que, depois da colocação da nova cobertura do edifício “em tempo recorde”, as obras na envolvente exterior estão a andar e dentro de pouco tempo o Mercado Municipal vai dispor de um total de 115 lugares de estacionamento. Para já, e porque esta é uma zona que regista algum congestionamento sobretudo aos domingos, o apelo é para que utentes possam estacionar as suas viaturas nas alternativas indicadas pela Câmara Municipal que, segundo Ricardo Cruz, tem “sensibilizado” as autoridades para o problema de falta de estacionamento naquela área.
Às questões de assiduidade às reuniões de Câmara, Fernando Tavares Pereira argumentou estar a “trabalhar” para “pagar o seu salário de presidente de Câmara”, ao que Ricardo Cruz respondeu ter “profissão” além das funções que agora ocupa temporariamente enquanto autarca, e que “são obviamente remuneradas”. “Mas o senhor Fernando Pereira já está reformado, o que quer dizer que eu enquanto tabuense e os portugueses também estamos a trabalhar para pagar a sua reforma”, contra atacou.
Também o vereador Vitor Melo passou ao ataque, considerando que este é um concelho que está “adormecido” e apontou para a ordem de trabalhos da reunião a tentar justificar a afirmação. Uma critica que para Ricardo Cruz é um “reconhecimento”, garantindo que “não se lembra de um executivo com tanta obra como este” e ainda “não cumpriu dois anos de mandato”.
Às criticas aos vários pedidos de prorrogações de prazos das empreitadas em curso, o autarca respondeu também que estas são para evitar que as “obras parem” como está a acontecer em vários concelhos, basta “olhar para a esquerda e para a direita”.
A reunião de ontem, em Mouronho, fica ainda marcada pela presença de vários moradores da localidade de Pousadouros, que reclamam o “vai e vem” de caixotes do lixo na rua do Fundo, o que tem causado alguns problemas com a recolha dos resíduos por parte da empresa que presta aquele serviço.