A Câmara Municipal de Tábua inaugurou, esta quarta feira, a obra de renovação dos Passadiços do “Trilho dos Gaios, um Percurso com História”, numa extensão de mais de 17 Kms que abrange as freguesias de Midões, Tábua, Candosa e Covas e Vila Nova de Oliveirinha, fazendo coincidir esta cerimónia com o início do verão.
Um momento há muito aguardado pela população local, que durante anos foi a principal guardiã deste percurso pedestre e ciclável considerado por muitos um verdadeiro “paraíso” de Tábua e um produto turístico com elevado potencial de atração de visitantes.
A sublinhar o envolvimento das pessoas e das associações locais que “trabalharam para que este dia fosse uma realidade”, o presidente do Município, Ricardo Cruz, entende que “esta é uma obra deliciosa do ponto de vista turístico”, que a partir de agora vai ainda ter mais gente a frequentá-la.
“Tábua vai ganhar com este novo percurso”, considerou o edil, lembrando o investimento de 244 mil euros, comparticipado em cerca de 50 mil euros pelo Município e que vem reforçar as condições de segurança e fruição de um dos trilhos que é já uma referência nacional e até de internacional para os amantes das caminhadas e desportos de natureza. “Esta é a vantagem de associarmos este percurso a mais três percursos e duas grande rotas no nosso concelho”, adiantou, reforçando a ideia de que tão importante como reconstruir este trilho é também “mantê-lo limpo e acessível”.
A ligar quatro freguesias, com um total de 6 kms de passadiços, o Trilho dos Gaios fica ainda à porta do concelho vizinho de Oliveira do Hospital, assumindo-se igualmente como uma porta de entrada nas ruínas romanas da Bobadela e do Museu do Azeite. Um ativo turístico que tem tudo para crescer no futuro, podendo ser somado a este investimento a criação de uma zona de lazer em Vale de Gaios.
A considerar este um dia marcante para as quatro freguesias abrangidas pelo projeto, também a presidente da Junta de Freguesia de Midões, Sónia Oliveira, considera que é com candidaturas deste tipo que se ajuda ao “desenvolvimento do Interior”. “Com este trilho podemos exaltar ainda mais as nossas belezas naturais, partindo à descoberta de recantos mágicos”, afirmou, agradecendo o empenho dos habitantes e amigos de Vale de Gaios para a preservação deste percurso.
Contudo, referiu, “o trabalho não está finalizado, ainda agora começou, e é preciso dotar esta zona de melhores acessibilidades”, sublinhou a autarca, que convidou a todos a desfrutarem deste pedaço de “paraíso” situado no “Encanto das Beiras”.
Considerando o projeto “um ativo forte na atratividade não só da região Centro, mas do país”, o presidente do Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado, lembrou que os 27 milhões de turistas internacionais que visitam Portugal já não vêm só à procura de sol e praia, mas “de natureza, de paisagem, e de vinhos”.
“Acreditem naquilo que vos vou dizer, este é o novo luxo do turismo do século 21”, afirmou Pedro Machado lembrando que a esmagadora maioria dos turistas que nos procuram- brasileiros, americanos e asiáticos “hoje pagam para aquilo que eu vou fazer a seguir que é ficar calado”.
E neste contexto, produtos turísticos como o Trilho dos Gaios são a nova tendência para quem procura Portugal e a região Centro, representando um novo modelo de crescimento e desenvolvimento dos territórios do interior que “pensávamos serem territórios com menos oportunidades”. “Abre-se aqui uma grande oportunidade de criar riqueza” e de “desencadear novos modelos de negócio”, afirmou, saudando o projeto e “este modelo de aproximação à natureza e ao silêncio”, que não tem dúvidas é um “fator de atratividade e de competitividade” para o território.
A saudar igualmente a “excelente” intervenção no Trilhos dos Gaios esteve o vice-presidente da CIM Região de Coimbra, Raul Almeida, que felicitou o autarca Ricardo Cruz pelo arrojo de ter trabalhado este produto, que “traduz o potencial da nossa região”. Raul Almeida lembrou que o facto de ter sido co financiado pelo pacto de coesão da região, significa que este foi um projeto considerado “importante e estruturante para os 19 municípios”.
Já a presidente da CCDRC, Isabel Damasceno, sublinhou o facto deste ser um “projeto sentido pelas gentes da terra” que há muito trabalharam a ideia e a amadureceram, nunca a tendo deixado cair no esquecimento. “Estamos perante um projeto sentido”, notou, referindo o apoio significativo da Europa para a concretização deste tipo de infraestruturas que, “mesmo sendo mais simples e singelas, são de uma enorme importância para o território”, concluiu, felicitando a autarquia e a população pela intervenção.