O Município de Tábua lançou, esta semana, e durante quatro dias, aquela que é a primeira edição da Feira do Livro. Organizada pela Biblioteca Pública Municipal João Brandão em parceria com a rede de Bibliotecas de Tábua, esta iniciativa contou com a presença de livreiros, escritores, ilustradores , contadores de histórias e muita animação no espaço do Jardim Sarah Beirão.
O Notícias de Tábua falou com a equipa da Biblioteca Municipal que ajudou a colocar de pé este evento e, apesar das muitas iniciativas levadas a cabo ao longo do ano, dentro e fora de portas da biblioteca, esta é a primeira vez que promove “este formato” de feira do livro.
O objetivo, explicam, é aproximar o mais possível o livro da comunidade, trazendo vários tipos de livros, autores e ilustradores para tentar chegar ao máximo número de pessoas possível. A escolha das editoras também teve a ver com a “proximidade” com Tábua e com a Biblioteca, procurando nesta primeira edição, ter uma oferta diversificada para todo o tipo de leitores.
Conhecido escritor tabuense e colaborador da Biblioteca João Brandão, Ricardo Mota adianta que esta iniciativa acaba por ser um “passo natural”, na medida em que “o trabalho com a comunidade é um eixo fundamental da nossa programação”.
“A Biblioteca não começou a trabalhar ontem, há muitos anos que investe na comunidade , as bibliotecas precisam de se reinventar, não são depósitos de livros, nem arquivos e a nossa Biblioteca Pública é muito viva, muito dinâmica e portanto este evento não cai do céu”, garante o autor tabuense, que partilha uma visão mais otimista relativamente ao futuro do livro, apesar de hoje se falar numa “crise” ou numa diminuição dos indices de leitura.
“Essa crise da cultura não é nova, nem acho que esteja para acabar, mas a verdade é que também vivemos tempos de oportunidade”, faz notar, entendendo que a prova disso “é a Biblioteca abrir as portas da comunidade aos livros e à leitura e termos uma adesão que nos deixa bastante otimistas”.
“Eu como autor tenho uma relação muito próxima, muito viva, com leitores, com comunidades, viajamos um pouco por todo o lado a promover e divulgar os nossos trabalhos, e parece-me que continua a haver muita procura e muito interesse pela leitura”, garante.
E os números falam por si. A equipa que trabalha diariamente na Biblioteca Municipal dá o exemplo das últimas estatisticas relativas ao número de empréstimos de livros domiciliário, que tem vindo a aumentar desde a pandemia. “Se os empréstimos aumentam, presumimos que os hábitos de leitura e o número de leitores também está a crescer”, observam, dando nota também do número crescente de utilizadores da biblioteca.