Em entrevista ao Notícias de Tábua, o presidente da Câmara Municipal de Tábua revela as suas expectativas em torno da Tábua de Queijos e Sabores da Beira que vai decorrer neste fim de semana. Ricardo Cruz dá como certo regresso “em grande” da FACIT como forma de atrair “massas” ao concelho e promover a marca “Tábua, Encanto das Beiras” que é do Município e “de todos os tabuenses”.
Notícias de Tábua (NT) – Este é o regresso da Tábua de Queijos e Sabores da Beira ao Multiusos de Tábua e ao formato tradicional depois de anos de pandemia. Qual o impacto esperado este ano?
Ricardo Cruz (RC)- Um impacto positivo a dois níveis, económico e de promoção da marca “Tábua, Encanto das Beiras” e de todos os produtos endógenos que estão associados ao evento. Tendo em consideração que voltamos ao Pavilhão Multiusos com a apresentação dos produtos e possibilidade de venda e sendo o nosso certame bastante vendedor, estamos convencidos de que, efetivamente, todas as queijeiras e todos os agentes económicos e produtores de produtos endógenos terão as melhores condições para expor e vender os seus produtos. É este o nosso objetivo.
NT – Espera um impacto económico superior ao de edições anteriores? No ano passado o certame foi feito num modelo misto.
RC – No ano passado foi uma forma de relembrar o evento no Mercado Municipal onde todos os anos, todos os meses e todos os fins de semana os turistas e pessoas de Tábua podem vir comprar os seus produtos.
Este ano, preparámos o certame com algumas modificações, apostando na promoção do evento para trazer massas e bastantes pessoas ao nosso concelho para que comprem os produtos. No dia de abertura temos tudo preparado para o programa da RTP, onde será feita a divulgação do melhor que temos no nosso concelho, entrevistas e pontos de reportagem relativamente às artes e ofícios, aos vinhos do Dão, ao queijo, ao pão, à doçaria, enchidos e todos os produtos que estão associados ao nosso certame.
Temos o certame estruturado para estimular o incentivo económico, com uma zona com as cerca de 80 bancas para promover a venda dos produtos endógenos, com queijeiros, produtores de mel, enchidos, azeite e outros produtos. Temos, depois, os stands direcionados à doçaria e ao pão, outros stands direcionados ao artesanato e outros voltados para as artes e ofícios, também para promover aquilo que se faz na nossa terra. Somamos as famosas tasquinhas que é a mostra gastronómica das juntas de freguesia.
No piso superior temos a venda de algumas bebidas, onde o vinho será o ex-libris, bem como a cerveja artesanal. No vinho temos duas secções, uma dada ao vinho do Dão que é a região demarcada de Tábua e outra à cidade Europeia do Vinho que este ano pertence à CIM do Douro e teremos aqui dois municípios a promover a venda de vinhos do Douro. Vamos ter ainda um espaço direcionado para as crianças, para que os pais possam lá deixar os filhos, onde se vão desenvolver as oficinas do pão, queijo e enchidos. Termos um espaço de showcooking e cafés.
Na parte de baixo teremos os produtos da Quinta e este ano temos o Município convidado, que é Armamar, com a maçã. Também vai haver uma mostra animal, uma zona de picadeiro, onde é possível andar a cavalo e dar a conhecer os animais do mundo rural. A isto somamos ainda a vertente cultural, com a mostra de vários ranchos e grupos etnográficos e IPSS e associações que lhes estão associadas. Vamos ter uma participação cultural e musical riquíssima.
No domingo teremos o concurso da Rainha das Vindimas, que vai representar Tábua no concurso nacional. Estará cá o Rui Tanoeiro que foi o vencedor da Canção do Mundo Rural que é outro projeto que queremos implementar em Tábua. Neste dia, também será realizada uma caminhada para conhecer Tábua e um passeio de bicicletas.
NT – Então, estão reunidas as condições para que este seja o melhor certame de sempre, ou pelo menos dos últimos anos?
RC – Trabalhamos para isso.
NT – Em termos de visitantes, qual é a expectativa?
RC – Nós já apontámos para 20 mil visitantes reais, 10 mil num dia e 10 mil no outro. E estamos esperançados de que, no final da feira, possamos fazer uma contabilização para mais do que este número de visitantes. Por agora, os indicadores estão a ser positivos nessa matéria.
NT – O certame pode ser o relançamento da próxima edição da FACIT?
RC – Sim. Este ano, apesar de ainda existir algum corte do Orçamento de Estado, vamos apostar novamente no regresso da FACIT em força. Porque achamos que estão reunidas as condições mínimas para promover o evento.
Este ano, apostaremos em dois eventos de grande dimensão e de atração de grande público: a Tábua de Queijos e Sabores da Beira, nos dias 4 e 5 de março, e a FACIT de 28 de junho a 2 de julho, para promover os produtos e sobretudo as empresas.
NT – Em relação ao investimento que é feito nesta feira, disse na apresentação que é na ordem dos 30 mil Euros. Espera um retorno positivo desse investimento?
RC – O investimento será de 35 mil Euros e o retorno será muito maior do que esse valor. Há dois tipos de retorno. O retorno direto que o Município tem na atração de público e de turistas ao território nesse fim de semana e em todos os momentos após. O retorno que tem também na promoção da sua marca e dos seus produtos. Mas sobretudo o retorno, e é esse objetivo desta feira, que é dar a possibilidade a todos os agentes económicos para que possam vender os seus produtos.
NT – São eventos como este que ajudam a consolidar a marca do Município “Tábua, Encanto das Beiras”?
RC – Sim. Esta é uma marca que é do Município e de todos os tabuenses. Portanto, é continuar a trabalhar para colocar Tábua na senda da visitação do turista e, neste caso, o turismo gastronómico que está associado ao mundo rural.
NT – Têm indicadores de que a aposta nesta marca tem dado frutos em termos de atratividade ao concelho?
RC- Trata-se de um projeto âncora. À marca está inerente a uma série de produtos e a oferta turística em que Tábua tem que crescer. A consolidação será pela concretização de mais dois ou três projetos como o centro de interpretação do mundo rural e a inauguração do Trilho de Vale de Gaios. A marca é o chapéu para a capacidade de dinamização e de atração de públicos em torno de todo o turismo, desde os percursos pedestres a várias áreas.
Por agora, os indicadores são bons. As unidades hoteleiras transmitem-nos que estão quase a ficar esgotadas do ponto de vista de visitantes. O visitante já vem a Tábua e dorme cá, é o que nos interessa. Iremos consolidar isso não só neste certame, mas também futuramente, em junho, no verão, já coma FACIT em grande forma.