A nova Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Tábua tomou posse no passado dia 27 de janeiro, numa cerimónia que contou com a presença de representantes de várias Misericórdias da região, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Autarquia, entre outras entidades civis e religiosas.
A conhecida advogada tabuense, Sandra Mena, mantém-se como Provedora, tendo levado consigo a esmagadora maioria dos elementos que a acompanharam no anterior mandato. A todos, aos que a acompanharam nos últimos quatro anos e a acompanham agora num novo mandato, aos parceiros sociais, ao Município de Tábua e em especial aos colaboradores da instituição que, como não se cansou de repetir, “são os rostos e as mãos que cuidam e fazem diariamente esta casa” deixou uma palavra de agradecimento e reconhecimento pelo trabalho realizado em prol dos mais frágeis.
“Somos uma só equipa, de homens e mulheres de fé, voluntários e dedicados aos mais frágeis”, frisou, enquanto prometia “trabalho e empenho” para os próximos quatro anos. Um compromisso que assume como uma “marca de água” do seu mandato passado e presente, quatro anos depois de ter chegado à instituição num dos momentos mais difíceis de sempre, com a pandemia de Covid 19 a entrar pela instituição poucas horas depois de ter tomado posse. Uma fase menos boa recordada pela Provedora, que fez questão de lembrar a génese desta ainda “jovem” Santa Casa da Misericórdia, com pouco mais de 90 anos de existência e da “dimensão” alcançada em menos de um século, dando atualmente respostas sociais na área da educação, da saúde, da ação social e da infância.
Uma abrangência reforçada ainda no ano de 2024 com novos projetos, de que são exemplo o alargamento da ERPI de São João, e a aceitação de mais um serviço social na área do RSI, no âmbito do protocolo de transferências com o Município de Tábua.
” A nossa linha vermelha será sempre o equilíbrio, o equilíbrio entre o que queremos e o que podemos fazer e a sustentabilidade da instituição”, garantiu, “assumindo as responsabilidades que a Santa Casa tem com a construção, a manutenção e a ampliação dos seus equipamentos, apesar dos pesados encargos anuais”.
Consciente de que a instituição tem contribuído para “a dinamização do concelho de Tábua” e “para a fixação de pessoas”, a provedora reiterou o compromisso de continuar a trabalhar com todos os parceiros, e de servir a população do concelho e da região, desenvolvendo a sua “ação humana”, sempre “do ponto de vista pragmático”. Apoio e pragmatismo que, aliás, pediu ao Estado Central, que tem na Santa Casa da Misericórdia de Tábua um posto avançado na assistência às famílias e à comunidade que dela necessitem.
Em representação do Secretariado Regional da União das Misericórdias Portuguesas, António Sérgio, mostrou-se solidário com as palavras da Provedora, dizendo também ele que “à escala distrital precisamos de todos se quisermos ter um Estado Social que é cada vez mais difícil de atingir”, referiu, não escondendo a preocupação com o “sub financiamento” do setor, que “tantas vezes nos obriga a fazer opções”. Considerando que a solidariedade tem de se praticar e não apenas “apregoar”, o dirigente apontou o dedo à tutela por ter prometido um apoio às Misericórdias e na prática não passar de uma “miragem”, e agradeceu publicamente a disponibilidade da Mesa em renovar o seu mandato o que, no atual contexto, não deixa de ser “um ato de coragem”, notou.
Também o representante do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas, Júlio Norte, considerou a nova Mesa Administrativa da Santa Casa de Tábua “uma lufada de ar fresco”, já há quatro anos, conseguindo, “com toda a convulsão neste setor”, manter a equipa e a instituição estável. “Por isso, Sra Provedora, a sua coragem e determinação que já provou vem hoje aqui ser reconhecida” , afirmou, aproveitando para dar nota das dificuldades de financiamento que o setor atravessa, lembrando que “os utentes de hoje não são os de há 20 anos atrás”.
“Sra Provedora, louvo a sua coragem e da sua equipa por aceitarem mais este desafio”, fez notar, prometendo a luta da União das Misericórdias para ver se os “números”, referentes ao financiamento do Estado, possam ser alterados.
Considerado pelo representante da União das Misericórdias um “bom exemplo” na relação com a Câmara Municipal de Tábua, o presidente, Ricardo Cruz, também enalteceu o trabalho da instituição, nomeadamente dos seus dirigentes, lembrando que “vivem dias que não são fáceis” e mesmo assim conseguem dar resposta aos problemas e anseios da comunidade.
E concluiu prometendo todo o apoio que estiver ao alcance do Município na concretização dos projetos da Misericórdia de Tábua. “Estaremos ao vosso lado”, garantiu o autarca, sublinhando que foi dos primeiros autarcas da CIM região de Coimbra a transferir as competências na área da ação social, “para quem sabe”, que são as IPSS´s.
A cerimónia de tomada de posse da nova mesa administrativa terminou com uma visita à Unidade de Medicina Física e de Reabilitação.