O presidente da Câmara Municipal reagiu na última reunião do executivo, depois de interpelado pela oposição, à notícia de que Tábua é a autarquia que mais tempo demora a pagar a fornecedores, logo clarificando que a amostra usada é de apenas 179 municípios, correspondente àqueles que têm os dados atualizados junto da Direção Geral das Autarquias Locais.
“A notícia não corresponde totalmente à verdade” começou por referir Ricardo Cruz, notando que falta aos restantes municípios submeterem informação junto daquele organismo. Notou que “comparativamente ao ano transato, em que houve municípios que demoraram mais tempo a pagar do que Tábua, simplesmente desapareceram da listagem”.
De qualquer modo, Ricardo Cruz clarifica que “demorar mais tempo a pagar, não quer dizer que não se pague ou que Tábua é o município com mais dívida”. “São coisas totalmente diferentes”, frisou.
Notícias à parte, o autarca Tabuense reconhece que “Tábua tinha e tem um problema de tesouraria, de pagar mais rápido, de forma célere ou de forma devida relativamente ao que é contratualizado”. “Desde cedo o dissemos”, apontou, verificando que “os mandatos são de quatro anos e é impossível resolver um problema com esta dimensão no primeiro ou segundo ano”. O autarca lembrou, contudo, a tentativa de saneamento financeiro que foi levada a cabo mas que “não foi conseguido”.
“O volume de dívida que a Câmara Municipal tinha não permite uma solução do governo, leia-se fazer um empréstimo para podermos pagar a dívida”, frisou.
O caminho, explicou, será pela via do “saneamento financeiro voluntário”, cujo processo terá início em Abril após a apresentação de contas na Assembleia Municipal de Tábua. “Teríamos até dinheiro para amortizar algumas faturas, mas não o podemos fazer”, acrescentou Ricardo Cruz, referindo que a redução da dívida impede o acesso ao saneamento voluntário e a possibilidade de pagamento aos fornecedores a 30 dias.
Ricardo Cruz espera que, neste ano, o Município consiga levar por diante o saneamento financeiro voluntário, sem prejuízo para os necessários investimentos no concelho.
“Apesar das dificuldades temos feito inúmeros investimentos . Só por má fé podem dizer que não temos feito um trabalho de excelência, com um maior investimento de sempre no saneamento básico, alcatroamento e rodovias”.
O compromisso é de que no dia 16 de julho de 2025, o Município atinja a dívida zero para com as Juntas de Freguesia. A certeza de Ricardo Cruz é de que : “o caminho que estamos a trilhar será de rigor financeiro”.