A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) implementou desde 2018 o Rastreio de Saúde Visual Infantil dirigido às crianças de 2 e 4 anos.
Este rastreio, que é realizado nos Centros de Saúde dos vários ACES (Agrupamentos de Centros de Saúde) da ARSC, consiste na realização de um exame de foto-rastreio aos olhos da criança, de uma forma rápida, segura e inofensiva, utilizando uma tecnologia inovadora, que permite identificar precocemente, fatores de risco de ambliopia (olho preguiçoso), nomeadamente, estrabismo, miopia, hipermetropia, astigmatismo e anisometria, que se não forem corrigidos podem evoluir para cegueira.
Porque estas alterações da visão surgem em idades muito precoces, normalmente sem sinais nem sintomas, se forem detetadas podem ser corrigidas atempadamente.
O Rastreio da Saúde Visual Infantil é, por este motivo, muito importante para a saúde das crianças, sendo gratuito, voluntário, rápido e não invasivo.
As crianças são convidadas a participar através de carta emitida pelo centro de saúde onde estão inscritas, onde consta o dia e hora do exame de rastreio, que é realizado por um enfermeiro treinado para o efeito e demora apenas um ou dois minutos. A informação colhida é automaticamente enviada para o Hospital Pediátrico de Coimbra onde um oftalmologista procede à leitura do exame e emite um resultado que será depois enviado aos pais. Se tiver alterações que necessitem de ser corrigidas a criança receberá uma convocatória do hospital para Consulta de Oftalmologia.
No Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte, do qual fazem parte os Centros de Saúde de Tábua, Arganil e Oliveira do Hospital, a população elegível no ano de 2022 era de 1630 crianças, foram convocadas 1531 (94%) e aderiram 1192 (77,9%), sendo esta taxa de adesão, superior à verificada na Região Centro (62,7%).
Quanto à taxa de adesão por centro de saúde, Arganil obteve uma taxa de 90%, Tábua 79% e Oliveira do Hospital 76%.
Das crianças deste ACES que realizaram rastreio em 2022, os resultados evidenciam que 257 (16,4%), tiveram resultado positivo, ou seja, exame com alterações a necessitar de correção e tratamento, tendo sido referenciadas para consulta de Oftalmologia.
Trata-se, portanto, de um programa fundamental para a prevenção de um importante problema de saúde pública, a ambliopia, considerada a causa mais frequente de perda de visão entre os 20 e os 70 anos de idade, aumentando o risco de cegueira ao longo da vida. A evidência científica e os estudos económicos demostram o benefício deste rastreio em idade precoce de forma a prevenir esta doença.
Desafia-se, por isso, todos os pais de crianças de 2 e 4 anos a responder à convocatória quando esta lhes for enviada.
José Coimbra
Enfermeiro Coordenador da UCC Pedra da Sé
Centro de Saúde de Tábua