Anabela Nunes ainda não recuperou do choque. Proprietária há quase 20 anos da Ourivesaria Gold, no coração da vila de Tábua, não se lembra de um dia assim. O estabelecimento que gere, juntamente com o marido, no rés do chão de um prédio situado junto à Câmara Municipal, foi assaltado durante a madrugada passada, e apesar de estarem ainda por apurar os objetos em ouro e prata levados pelos larápios, Anabela Nunes tem noção de que “foi muita coisa”.
“É uma vida de trabalho que se vai em poucas horas”, lamentou ao nosso jornal, ao mesmo tempo que confessa nunca lhe ter passado pela cabeça uma “situação destas”. “A loja não tinha alarme, mas também acho que não há sistemas de segurança que impeçam uma coisa destas” lamenta a proprietária, atendendo à forma como os assaltantes atuaram e entraram no interior da ourivesaria. Os larápios terão arrombado uma porta nas traseiras do prédio e uma vez lá dentro, fizeram um buraco numa das paredes para conseguir entrar na loja, conta-nos a gerente, lembrando que durante a noite, naquela zona “não há movimento”.
“No prédio não vive ninguém e nas casas à volta já quase não mora ninguém”, observa, dizendo não ter qualquer pista sobre quem terá perpetrado o assalto. “Não sabemos se foi alguém que já esteve aqui, se era alguém que costumava vir aqui dentro, não sabemos”, refere, ainda mal refeita do choque quando se apercebeu do que tinha acontecido esta manhã. “É como se ficássemos sem chão, a partir de agora nunca mais estamos descansados”, considera, lembrando, no entanto, que “amanhã é outro dia e temos de voltar a abrir a porta”.