Tradicionalmente, a chegada da Primavera está associada a dias mais longos, temperaturas mais amenas e ao desabrochar da vida e da Natureza, numa torrente contagiante de cor e luz!
Mas esta estação, a cada ano renascida, sempre natural e revigorante, nem sempre traz consigo as mudanças esperadas para o ser humano: surgem as alergias, por vezes a irritabilidade, o stresse e a tensão, agravado pelos acontecimentos diários que vão atormentando a nossa vida e que nos precipitam ainda mais para esses estados de exaustão, desde a guerra na Ucrânia que teima em não ter fim, o aumento exponencial dos bens alimentares essenciais e dos combustíveis ou o aumento generalizado da violência.
Apesar destas incertezas que adensam a confiança e o otimismo, há quem creia e teime ( e não abdique dessa ideia) que a Primavera é sinal de energia e de esperança. E esse é o estímulo que precisamos para sermos felizes, desde que entendamos que por mais que haja problemas globais que afetem o mundo em que vivemos, e que condicionam a nossa vida, é muito importante sermos resilientes, acreditar que, tal como na Primavera, haverá renovação, e se a isso juntarmos a força suficiente para nunca desistirmos e continuarmos a sonhar.
Por isso, encaremos a vida com alegria: por estarmos vivos, por termos saúde, amigos, e apreciemos as palavras do poeta Miguel Torga no seu poema “Agora”:
Abre-te, Primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Prof. Carlos Campos