A polémica está instalada em S. Simão, freguesia de Tábua, por causa da mudança da data da feira anual. A Câmara Municipal de Tábua, que é a responsável pela realização da feira, decidiu, este ano, alterar o evento para sábado, dia 2 de Novembro, tendo em conta que o dia 1, feriado de dia de todos os santos, é a uma sexta feira, resultando num fim de semana prolongado em que se perspetiva a vinda de mais gente do que o habitual até ao concelho.
A população não entende assim, mas o próprio presidente da Comissão de Melhoramentos da localidade, Luis Cunha, diz não entender a polémica vinda a público, sobretudo nas redes sociais, garantindo que a mudança de data, atendendo ao fim de semana prolongado, até podia beneficiar em muito a feira e os feirantes, já que o certame tem estado praticamente “parado” nos últimos anos, e nesse fim de semana prevê-se “mais gente a circular na zona”.
Além disso, o dirigente associativo lembra que se o argumento da população é “quebrar-se uma tradição”, esta já foi quebrada há mais de 20 anos, com a mudança da feira para o último fim de semana de Outubro, quando “antigamente era sempre no dia 28”.
Luís Cunha não entende, por isso, tanto “ruído” à volta da questão, quando na sua opinião, o que deve ser reclamado não são datas, mas a melhoria de condições para os feirantes. “As pessoas só querem ver a árvore em vez da floresta, eu vejo a floresta toda”, refere o dirigente da Comissão de Melhoramentos de S. Simão, lembrando que os feirantes “não se opuseram”.
“A gente gostaria era de ver melhoradas as condições desta feira para puxar mais gente, porque hoje o feirante tem de ter condições para trabalhar”, refere, garantindo não estarem preocupados com a mudança das datas que, neste caso, na sua opinião, até beneficiam o evento anual, podendo dar-lhe outra dimensão. A data, uma vez alterada, não é o problema, assegura, observando que “tudo o que está a acontecer não é benéfico, nem para a feira, nem para a população de S. Simão”, acusando alguns de quererem polémica por “outros motivos” que classifica mais de “políticos”.
“Eu dou a cara, quando tenho de criticar, critico, e a Câmara não esteve mal, apenas quis melhorar as coisas, agora este caminho não leva a lado nenhum”, conclui, na tentativa de acalmar os ânimos entre a população.
Vereador David Pinto garante que o objetivo é ter uma “feira maior”
Ouvido pelo Noticias de Tábua, o vereador responsável pelo pelouro das feiras e mercados, David Pinto, explica que a ideia foi exatamente a de tentar “reativar” uma feira que, nos últimos anos, tem estado a “esmorecer”, e puxá-la para um fim de semana prolongado, onde é esperada muita gente na região.
Entre os habituais vendedores, David Pinto garante que a Câmara Municipal conseguiu reunir um conjunto de feirantes de comes e bebes e outros produtos, que fazem com que mais gente possa vir, este ano, à Feira de S. Simão.
Surpreendido com as criticas à mudança da data, o vereador sublinha ainda que não decidiu nada sozinho, tendo apresentado a proposta à Junta de Freguesia de Tábua, à Comissão de Melhoramentos e aos próprios feirantes, que se mostraram favoráveis à ideia, assim como todo o executivo camarário, que votou por unanimidade a alteração, em reunião de Câmara.
Depois de vários anos praticamente “parada”, David Pinto garante a mudança de data tem carácter excecional e nunca foi feita com o objetivo de afrontar ninguém, nem tão pouco de pôr em causa uma tradição de longa data nesta localidade.
Contrariamente aos criticos, o vereador garante que a Câmara Municipal “não quer, nem nunca quis acabar com a Feira de S. Simão”, mas sim “revitalizá-la e torná-la uma feira maior, dentro daquilo que é possível” que “foi o que fizemos com esta alteração”, remata.