Marília Pedro e Mário Fonseca, primos com segundas habitações na localidade de Loureiro, Vila Nova de Oliveirinha, no concelho de Tábua, são dois dos quatro proprietários de casas de 2ª habitação apoiados pela Câmara Municipal, depois de terem sido reduzidas a quase nada, após o grande incêndio de 15 de outubro de 2017.
“Só sobraram as pedras de granito do exterior. Era uma casa centenária muito bonita por dentro, com arcos em madeira”, recorda Marília Pedro, que logo após o incêndio decidiu que iria avançar para a recuperação da casa. “Não podia olhar para aquelas pedras”, conta a tabuense com residência habitual em Lisboa, que na ocasião pensou “de imediato” em recuperar a casa “por uma questão de memória” para com os seus antepassados que “não iriam gostar de ver tudo naquele estado”. Por outro lado, a proprietária admite que o estado em que ficou a casa também constituía perigo pela possibilidade de ruir”.
Marília visitava a casa com regularidade e até esteve no concelho de Tábua, noutra casa de família, poucos dias antes do grande incêndio. Olhando para trás, a tabuense conta que “não era esperável que um incêndio viesse a dizimar a casa”.
Já reconstruída, a habitação conta agora com “uma lufada de ar fresco”, mas que “não corresponde ao que foi, mas é o que se pode fazer”.
A reconstrução ultrapassou os 140 mil Euros, mas para Marília o apoio de cerca de 16.300 Euros que recebeu da Câmara Municipal “é muito importante”. “Foi um estímulo que a Câmara nos deu para nos empenharmos na reconstrução. Como é óbvio é uma verba que não chega, mas é uma boa ajuda”, refere.
Tal como Marília, também o primo Mário Fonseca não se encontrava em Tábua aquando do grande incêndio que destruiu a casa na totalidade. “Tenho família em Loureiro e ligaram-me a dizer que a minha casa tinha sido atingida. O sentimento é sempre de grande tristeza”, recorda.
Na casa agora recuperada “faltam as memórias que lá se encontravam, como as fotografias”. Mas, diante da tragédia, a decisão logo passou pela recuperação. Os seguros foram importantes e Mário também agradece “muito este apoio da Câmara Municipal”. “A vida é mesmo assim” e diante dos “percalços” Mário sabe que “é preciso olhar em frente”.
Neste caminho “a ajuda do Município é muito positiva, até porque moralmente as pessoas ficam mais satisfeitas, mesmo depois de um trabalho que foi grande de apresentação da documentação de obra feita e de fotografias”.
Mário Fonseca fica confortado por saber que a casa vai permanecer nas gerações vindouras.