Na localidade de Venda da Serra, no concelho de Tábua, a Quinta da Hortinha é um espaço que se tem vindo a afirmar como uma referência na organização de serviços de casamentos, batizados e outros eventos. Este é o “projeto de vida” de Cidália Antunes que se orgulha do caminho percorrido que leva a que “desde há quatro anos” a Hortinha esteja já a fazer os casamentos da segunda geração.
“Dá-me imenso prazer. É sinal de que as pessoas ficaram agradadas e nos mantemos atualizados”, assim considera a mulher que, aos 22 anos começou a trabalhar na área da restauração enquanto ainda fazia camisas por encomenda, e passados 10 anos assumiu com o marido a gerência do conhecido restaurante A Paragem, na EN17. Para além dos serviços no espaço do restaurante, que se mantinha aberto 24 horas por dia dada a afluência de pessoas da região e de viajantes ao local, Cidália e o marido realizavam também os tradicionais serviços de casamentos e batizados “ao domicílio, por aqui e por ali” onde era possível ter acesso a salas. “As coisas começaram a andar muito bem”, recorda a empresária, notando porém tratar-se de uma atividade muito trabalhosa por obrigar ao transporte de tudo o que era necessário para cada local.
Em 1998, o anúncio feito pelo filho de que pretendia casar, levou Cidália Antunes a dar o passo que já vinha sonhando, mas não tinha ainda conseguido concretizar. E não foi preciso andar muito. Afinal, aquela que viria a ser a “menina dos seus olhos” estava mesmo do outro lado da porta de casa, exatamente na Hortinha, nome dado ao local onde os sogros também viveram.
“Aqui havia lojas de animais (bois, porcos, ovelhas, cavalos) e já estava tudo desativado. As lojas estavam vazias e eu pensava que poderiam ter algum aproveitamento e que, ali, podia fazer aqui alguma coisa engraçada”. Esse já era um “sonho” que Cidália vinha “alimentando” e que começou a concretizar com o anúncio do filho. “Achei que era oportuno e pensei: é agora”. Assim foi, primeiro, com algum investimento, “pouco porque não havia dinheiro para grandes obras”, mas que permitiu restaurar as lojas velhas, com colocação de xisto no chão, para manter um ar mais típico. “Mantivemos as arcas de milho e o tanque de fazer o vinho, com o devido esmagador, e as pias de granito usadas para o azeite. Fizemos o primeiro evento na Hortinha com o casamento do nosso filho”, recorda a mãe e empresária de sucesso que até hoje estima já ter realizado centenas de casamentos.
Volvidos 10 anos, a tenda que vinha sendo usada para os banquetes deu lugar ao edifício que, hoje em dia, acolhe os celebrantes e os seus convidados. “Avançámos para obras de fundo e fizemos este edifício e começámos a ter bons clientes”, frisa.
Pelo caminho a crise de 2007 abalou mas não fez tombar a Hortinha que, lado a lado com A Paragem, que está agora sob a alçada do marido, do filho e da nora, tem granjeado clientes de toda a região (Tábua, Seia, Oliveira do Hospital, Arganil, Santa Comba Dão, Mortágua…) e fora dela.
“Quando gostamos do que fazemos só podemos agradar”, entende Cidália que, ao longo dos anos, apostou na sua formação e da sua equipa para poder acompanhar as tendências do setor e, assim, responder positivamente às solicitações, sobretudo no que respeita à organização de casamentos. Tem valido a participação em workshops, pesquisas e partilha de conhecimentos com a Escola de Hotelaria e a participação em eventos do setor. Cidália frequentou ainda cursos de inglês, informática e arte floral, sendo que quando solicitado pelos noivos, a Quinta da Hortinha disponibiliza serviço de decoradora.
Pese embora o bom nome que a Quinta da Hortinha tem granjeado ao longo dos anos, Cidália Antunes sabe que na região há outras quintas e que serão “até melhores que a da Hortinha”. “Mas, eu gosto da minha. É pequenina, mas está tudo muito aconchegadinho. As pessoas gostam e eu fico muito orgulhosa do meu espaço”, sublinha. A prová-lo está a crescente procura do espaço para a realização deste tipo de eventos, que só abrandou, por força da pandemia em 2020 e 2021. Este ano “tem sido casa cheia”, com todos os fins de semana ocupados e com uma agenda de casamentos que se prolonga até ao mês de novembro. Até ao final do ano, a Hortinha tem a agenda preenchida.
Na Quinta da Hortinha, Cidália conta com uma equipa fixa de 10 pessoas que são “todos muito competentes” e que a empresária considera como “a família da Hortinha”. Para eventos maiores, recorre a outros funcionários com quem também já está habituada a trabalhar. Cidália sabe que esta é uma área de negócio que exige muito “sacrifico” e lamenta a dificuldade em encontrar mão de obra. É que ainda que esteja muito satisfeita com os seus colaboradores, já todos têm mais de 20 anos de casa e Cidália gostaria de poder ir formando uma equipa jovem para poder assegurar este que é o projeto da sua vida. Com um filho, nora e três netos, a mulher está confiante de que a família dará seguimento ao seu sonho.
Para já, Cidália mantém-se ao leme da Quinta da Hortinha. Sem saber o que é gozar um sábado ou um domingo, em que sai de casa às 06h30 e volta a entrar às 03h30, a empresária dá a volta ao calendário para poder descansar um pouco à segunda-feira. Mas, por vezes o que acontece é “só mudar o local de trabalho”. “Haja forças”, deseja Cidália Antunes.
A Quinta da Hortinha
Inserida num ambiente rural e acolhedor, a Quinta da Hortinha conta com uma sala de eventos que permite uma grande versatilidade. É dotada com a mais recente tecnologia de comunicação, incluindo rede wireless, sistema de projeção audiovisual, essencial para congressos e reuniões, bem como para outros eventos profissionais e sociais. Ampla e envidraçada, com capacidade para 400 pessoas, a Sala possibilita a ligação ao exterior, um jardim marcado pela decoração rústica e por proporcionar um ambiente sereno e relaxante.