José Manuel Pais, de Seixos Alvos, no concelho de Tábua morreu na madrugada de domingo (10) na sala de espera do Hospital de Coimbra, depois de mais de 10 horas depois de ter dado entrada. A família rejeita a indicação dada pelo hospital de “alta por abandono” e pondera fazer queixa contra a unidade hospitalar.
José Manuel Pais, com 66 anos, deu entrada no hospital de Coimbra no sábado, dia 9, transportado pelos Bombeiros Voluntários de Tábua depois de ter sido consultado no Centro de Saúde de Tábua devido a mau estar abdominal, depois de ter comido cogumelos, que o próprio colheu.
Em declarações à RTP, a enteada de José Manuel Pais, Elisabete Garcia indicou que o homem ingeriu os cogumelos ao almoço de quinta feira (dia 7) e no fim do mesmo dia começou a sentir-se mal, situação que se prolongou até sábado. “A minha mãe insistiu para que ele fosse ao Centro de Saúde de Tábua”, indicou.
O homem seguiu para o Hospital de Coimbra, onde efetuou a triagem de Manchaster, mas não respondeu às chamadas para se apresentar na consulta por volta das 16h00 e depois também cerca de “uma hora depois”. Segundo Elisabete Garcia, o Hospital resolveu “dar-lhe alta por abandono, ou seja como se ele tivesse abandonado o hospital”. “Ele não o fez como é óbvio, se não respondeu foi mesmo porque não conseguiu”, garante Elisabete.
“À meia noite” o homem foi abordado por um funcionário que lhe indicou que já teria tido alta, motivo que o levou a contactar um vizinho para o ir buscar ao hospital. À chegada, o vizinho não conseguiu obter qualquer informação e o homem também deixou de responder aos contactos de telemóvel da esposa. Só quando a mulher contactou o hospital para saber informações do marido é que foi informado de que o mesmo tinha falecido. “Disseram que o encontraram por volta das 05h30 na mesma cadeirinha da sala de espera morto”, contou.
A família não tem dúvida de que José Manuel Pais morreu por “falta de socorro” e admite avançar com queixa contra o hospital. Elisabete Garcia refere que foi a própria médica que entrou no turno das 08h00 que indicou à mãe que o padrasto “morreu por abandono hospitalar”, referindo mesmo “se eu fosse a si mexia-me”.
Na sequência deste caso, a Unidade Local de Saúde de Coimbra já comunicou que vai avançar com um processo interno para averiguar a assistência dada ao sexagenário.