É através do slogan “Serei o que me deres… Que seja amor!”, que a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDCJ) promove a campanha nacional de sensibilização para a prevenção dos maus-tratos na infância, ao longo de todo o mês de abril.
Esta é uma mensagem repetida ano após ano e que pretende alertar a sociedade portuguesa para a problemática dos maus-tratos infligida a crianças e jovens e que ainda provoca vítimas inocentes. Para tal são diversas as iniciativas desenvolvidas por escolas, associações, empresas em articulação com as CPCJ locais que têm como objetivo divulgar os direitos das crianças e jovens, consciencializando a comunidade para a importância da prevenção em matéria de maus-tratos, através do fortalecimento de laços no seio das famílias, no sentido de uma parentalidade positiva.
Mas o que é a violência infantil? De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) caracterizam-se como “abusos ou maus-tratos às crianças todas as formas de lesão física ou psicológica, abuso sexual, negligência ou tratamento negligente, assim como todas as situações que resultem em danos atuais ou potenciais para a saúde da criança”.
E como se combate esta problemática? Nunca um problema teve um antídoto tão simples: com AMOR! É esta a fórmula que está na base do desenvolvimento das crianças, que as ajuda a compreender o mundo, a comunicar, a expressar as suas emoções e a estabelecer uma socialização saudável.
A criança que se sente amada pelos seus pais, desde que nasce, tem mais confiança e segurança em enfrentar os desafios que encontra ao longo da vida. Quem lhe pode dar esse afeto são os seus pais, ao criar um relacionamento caloroso, positivo e empático que será a base da construção da sua personalidade.
Pelo contrário, o impacto negativo de carência emocional, de maus tratos e experiências negativas na infância tem igualmente repercussões ao longo da vida. Muitas vezes, os pais nem se apercebem, porém as suas atitudes e comportamentos funcionam como modelos para os filhos. Se são violentos com eles, estes entendem que a solução para resolverem conflitos é recorrerem a ameaças ou partir para a agressão física. É tempo de repensarmos o que queremos para os nossos filhos e para a sociedade. Se queremos formar cidadãos responsáveis, autónomos, respeitadores, temos que dar muito afeto, traçar limites e enunciar regras, e é na família que começa essa aprendizagem.
Na perspetiva da garantia de direitos das crianças e adolescentes é fundamental a intervenção social capaz de prevenir todas as formas de violência e a mensagem que devemos ter sempre presente é que as crianças merecem toda a nossa atenção e a educação deve ser baseada no amor, tal como refere Fernando Pessoa no seu poema “Liberdade “:
“Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor que há no mundo são as crianças.”
Prof. Carlos Campos