Foi mais um dia triste para os Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha (VNO). Um ano depois da tragédia que tirou a vida a três dos seus, a corporação decidiu imortalizar, num memorial, os três heróis falecidos no dia 17 de setembro de 2024: Sónia, Paulo e Susana.
Uma pedra em granito, com os rostos dos três soldados da paz esculpidos, foi colocada no local, em Vila do Mato, onde há precisamente um ano, perderam a vida, no combate a um incêndio florestal.
Um dia fatídico que a corporação fez questão de assinalar com mais uma homenagem que juntou familiares, amigos, bombeiros de corporações vizinhas, autoridades de proteção civil regional e Câmara Municipal de Tábua que se associaram assim a mais um momento de grande “consternação” e “saudade”.
“É uma forma de homenagear e eternizar aquilo que eles fizeram por nós”, afirmava o presidente da direção dos Bombeiros de VNO, Vítor Melo, aproveitando para explicar que às imagens de cada um associaram também aquilo que foram as mensagens da família e dos bombeiros e que descrevem a sua “personalidade”, para que “quem venha e quem visite saiba um pouco mais sobre o que foram cá”.
E foram muitos os que se solidarizaram com mais esta homenagem, depois de ao longo do último ano, a corporação e o próprio município também já o terem feito em diferentes momentos da vida concelhia.
Vítor Melo refere que, mesmo esta época de incêndios, têm sentido o “carinho e o afeto” por parte de outras corporações de bombeiros a nível nacional, que “quando nos veem nos dão um abraço”, tendo em conta aquilo que aconteceu, e “isso reflete-se no número de bombeiros que está aqui hoje presente”, observa.
Com a dor da perda ainda espelhada no rosto, Vítor Melo considera que algo tem de mudar para que tragédias como esta não se repitam. “Infelizmente a Região Centro tem sido fustigada com grandes fogos e fogos com muita intensidade, aconteceu esta época, e algo tem de ser feito para que não mais jovens , não mais bombeiros, percam as suas vidas e também não mais famílias fiquem com as suas vidas destroçadas, com os seus bens destruídos”, afirmou, acreditando que “algo está mal” e que “deve ser pensado por quem de direito” , e “não por comentadores de televisão, mas pelos bombeiros que são eles que dão a cara, o suor e que andam no terreno”, para que não não haja mais dias como o dia 17 de setembro de 2024.