A construção de um novo Centro de Exames de Condução Automóvel na Zona Industrial de Tábua é, para já, o maior desafio da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tábua que, neste sábado (7) comemora o 89º aniversário. Em 2025, Rui Andrade, tem ainda outros objetivos para a Associação, para cuja direção se vai voltar a recandidatar em resposta às “ofensas graves” a que tem estado sujeito e às quais já reagiu com uma queixa no Ministério Público.
Recentemente, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tábua tornou pública a aquisição de um terreno para a construção do novo Centro de Exames de Condução Automóvel de Tábua. Este é um passo importante para a Associação Humanitária?
Sim, é um passo importante. É uma necessidade, porque neste momento não temos condições dignas. Portanto, acho que é uma obra necessária.
Trata-se de um lote na Zona Industrial de Tábua…
Sim, é na Zona Industrial de Tábua. Adquirimos o lote em hasta pública à Câmara Municipal, no valor de cerca de sete mil Euros.
Estamos na fase de elaboração do projeto, já está em andamento. A obra vai ser realizada por fases. Na primeira fase vamos fazer um investimento na ordem dos 160 mil euros. Depois, vamos andando com as obras.
Como é que vai ser o novo Centro de Exames?
O novo espaço vai ser moderno e pretende colmatar algumas necessidades . Estamos com alguma dificuldade em dar estacionamento às escolas de condução. Foi essa a prioridade, darmos condições também às escolas de condução, porque não têm onde estacionar e também fizemos um protocolo com a Câmara, em que vamos avançar com um parque de estacionamento junto ao Centro de Exames.
Quando é que as obras vão arrancar?
Pensamos que no próximo ano conseguiremos pôr a obra a andar e concluir no mesmo ano.
Este investimento reflete, de alguma forma, a estabilidade financeira da Associação Humanitária?
Sim, a Associação vai tendo alguma estabilidade. Mas também temos a preocupação de fazer a obra por fases.
É já neste sábado que a Associação Humanitária comemora mais um aniversário e junta a família dos bombeiros. Que mensagem é que pretende passar nesta comemoração?
Quero passar uma mensagem de confiança, até porque a direção tem sido muito criticada. Na minha opinião tem sido mal criticada. Todos sabemos que quando avançamos para estas coisas, estamos sujeitos à crítica. Os associados e os bombeiros podem estar confiantes de que vamos levar o nosso mandato até ao fim com dignidade.
Vamos fazer um balanço de 2024, para os associados saberem o que é que já foi feito e o que pretendemos fazer. Para além da construção do Centro de Exames, temos mais obras para executar no próximo ano. Por exemplo o edifício do quartel tem que ser pintado.
Como é que avalia corpo de bombeiros e o comando? Há necessidade de maior ingresso de pessoas para a carreira de bombeiro?
Não, porque quando chegámos há três anos e meio aos bombeiros havia algumas deficiências que foram colmatadas com a vinda do comandante Rui Leitão. Hoje, as pessoas querem vir para os bombeiros. Antigamente não vinham, não queriam vir para os bombeiros. Criou-se alguma disciplina, algum rigor.
É o que eu tenho dito muitas vezes, fomos para o essencial. O que faltava era respeito e, hoje, penso que conseguimos isso.
Considera acertada a aposta da Associação no comandante Rui Leitão?
Nós sabíamos que teríamos que tomar algumas decisões, que poderiam não agradar. Mas é preferível tomar algumas decisões, do que ficar sem tomar decisão nenhuma e continuar a fazer mesmo.
Neste momento penso que o efetivo ronda os 95 elementos. Estamos com perto de 100 bombeiros voluntários, mais funcionários, entre eles os dos Centros de Exames.
A Associação está devidamente preparada para dar resposta a qualquer situação de emergência/ urgência?
Sim. Conseguimos responder a todas as solicitações que nos chegam. Mas, o parque de viaturas é o problema. Nós temos carros com 23, 24, 25 anos. Esta direção já adquiriu três ambulâncias novas, mas os carros de incêndio continuam a ser antigos. Mas, é uma das coisas a que vamos dar atenção no próximo ano. Com ajudas ou sem ajudas,vamos ter que comprar um carro de combate a incêndio.
Como é que tem sido a relação dos bombeiros com a Câmara Municipal?
Com a Câmara Municipal, nós temos alguma relação institucional. A Câmara e o Sr. Presidente, desde o primeiro minuto, têm cumprido com tudo, com os protocolos que fizemos e com a palavra. Em relação à Câmara não tenho nada a dizer. Pelo contrário, só tenho a agradecer o apoio que nos têm dado.
Em março termina o atual mandato. Pondera recandidatar-se?
Até há bem pouco tempo, estava renitente e não me passava pela cabeça recandidatar-me.
Mas depois dos elogios que tive aí, de uns senhores que têm idade para serem meus pais, mas que deviam ter juízo na cabeça, vou ser candidato. Não vou fugir dos compromissos.
São críticas que considera injustas?
São críticas que nem podemos levar a sério. Mas são ofensas graves. E posso-lhe dizer, em primeira mão, que foram entregues ao Ministério Público. As pessoas, porque têm a idade que têm, não se podem escudar na idade. Uma pessoa com 85 anos não pode escrever nas redes sociais aquilo que lhe apetece.