A última reunião da Assembleia Municipal de Tábua, no dia 30 de junho, ficou marcada pelo apelo ao “bom senso” que o presidente da Câmara dirigiu aos presidentes de Junta e deputados municipais “na hora de pedir”. A chamar a atenção para o “ambiente de guerra” que indiretamente se vive no país, Ricardo Cruz alertou que “o que aí vem, vão ser tempos difíceis”, dando o exemplo dos custos com os fatores de eletricidade que vão subir de 528 mil Euros/ ano para cerca de 1,5 milhões Euros /ano.
Tal como teve “coragem” de não realizar a FACIT e dizer que “não a muita gente”, porque o momento “é de consolidação das contas, o autarca tabuense também espera que da parte dos eleitos e, em particular da oposição, haja o “bom senso” na hora de pedir” e apresentar questões.
“Se calhar em vez de pedir mais e mais, se calhar temos que valorizar aquilo que temos, que se calhar é muito e temos que tomar decisões de apertar o cinto para podermos ter sustentabilidade para aguentar o barco. Temos que ter bom senso e ajudar-nos todos. Não são tempos fáceis os que estão para aí a chegar”, avisou.
Alertou para o aumento dos preços decorrente da guerra que se vive num país que é dos maiores produtores de cereais. “Portugal produz quatro por cento dos cereais de consome”, frisou.
No imediato, o executivo de Ricardo Cruz depara-se com um aumento de 200 por cento dos custos com eletricidade, tal como decorre do acordo quadro para a eletricidade apresentado em reunião da CIM da região de Coimbra e que abrange os 19 municípios que a constituem. “Tábua, que gastava 528 mil Euros anuais com os fatores de eletricidade, vai passar a gastar 1,5 milhões de Euros. Parece que às vezes estou num país que é diferente de muita gente”, sublinhou.
O autarca tabuense reagiu assim na última reunião da Assembleia Municipal de Tábua, que decorreu de forma descentralizada em Midões, e durante a qual foram apresentadas questões relacionadas com a construção de um pavilhão, aquisição de insufláveis, pavimentação de ruas, retificação de troços e dívida do Município para com as Juntas de Freguesia. A esta última, apresentada por Paula Ribeiro, deputada do PSD-CDS/PP, Ricardo Cruz garantiu que a dívida (de mais de 600 mil Euros) está a ser paga, informando que “este executivo já pagou às Juntas de Freguesia 268 mil Euros, ou seja 83% de um ano completo”
“Estamos a trabalhar no caminho da transparência e do rigor. Não nos peçam que em sete meses consigamos pagar aquilo que já vem desde há algum tempo”, concluiu.