União Desportiva de Tábua acaba com futebol
Em atividade desde há quatros anos, a União Desportiva de Tábua (UDT) que resultou de um projeto que juntou os grupos desportivos Tabuense e Tourizense não vai dar continuidade ao futebol. André Costa, presidente da direção já manifestou a sua intenção de não se recandidatar e queixa-se da redução do apoio municipal.
Em declarações ao Notícias de Tábua, André Costa adiantou que já desde março vinha a manifestar a sua intenção de não se manter no projeto devido a “algum cansaço”. Porém, o anunciado corte de 50 por cento no apoio da autarquia à coletividade acabou por precipitar a tomada de decisão já comunicada em Assembleia Geral do Clube.
“O corte foi mais um empurrão”, referiu André Costa que apesar de verificar que o corte do apoio não é exclusivo da UDT e afeta todas as coletividades, nota que o mesmo “não foi proporcional”. “A UDT foi mais prejudicada”, sublinha, observando que a coletividade é a única do concelho a quem foi aprovado o processo de certificação na área da formação pelo terceiro ano, com “três estrelas”, pela Federação Portuguesa de Futebol.
Este deveria ser “um motivo de orgulho” para a autarquia, já que “aqui à volta, com exceção do Futebol Clube de Oliveira do Hospital, mais nenhum clube é certificado e isso acarreta despesas”.
Já a sentir um corte de 50 por cento no apoio da autarquia (passou de 70 mil para 35 mil Euros) totalmente pago pelo Município a 31 de julho, a UDT tem condições de fechar a época desportiva com as contas todas pagas. Porém, André Costa verifica não haver condições para o clube manter o projeto desportivo, não efetuando a inscrição de equipas junto da Associação de Futebol de Coimbra.
Na época passada, a UDT participou nas competições distritais com 10 equipas de formação e uma equipa sénior. “Tivemos cinco equipas na fase final do Campeonato Distrital e esta época contávamos melhorar”, avançou o dirigente, que lamenta que o projeto conjunto entre o Tabuense e o Tourizense não tenha vingado. “Foi um projeto que deu muito trabalho no início”, recordou André Costa, notando que o Tourizense se afastou do projeto há dois anos.
Com o Grupo Desportivo Tabuense a manifestar vontade de inscrever uma equipa senior no Campeonato Distrital, a UDT decidiu “abdicar” do futebol porque “não se justificava haver três equipas no concelho”.
Sem futebol na próxima época desportiva, a UDT tem incerto o seu futuro enquanto coletividade, devendo o mesmo ser definido na próxima Assembleia Geral que deverá decorrer no mês de outubro. André Costa lamenta as dificuldades a que se assiste no associativismo pelas “exigências” e dificuldades na “angariação de apoios junto de empresas”. “Não há ninguém que queira continuar”, notou.
A propósito da redução do apoio municipal, o presidente da autarquia Ricardo Cruz justifica o corte com as dificuldades financeiras já assumidas. “Se temos mais ou menos dinheiro é com esse dinheiro que temos que nos apresentar às coletividades”, afirmou em reunião pública da Câmara Municipal, lembrando também o investimento da autarquia nos balneários da UDT.
Grupo Desportivo Tabuense “segue o seu caminho”
Sem que o projeto da União Desportiva de Tábua (UDT) a que esteve ligado nos últimos quatro anos tenha vingado, o Grupo Desportivo Tabuense (GDT) assume a sua vontade de retomar as competições, estando a preparar sua participação no Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Coimbra.
Francisco Pais, presidente da direção do Clube assegurou ao Notícias de Tábua que o GDT “irá seguir o seu caminho”. “O Tourizense já iniciou as atividades e nós também”, disse o dirigente que também ainda está a “estudar” a sua continuidade na direção do clube. Francisco Pais sabe que o clube se encontra “numa fase de transição” passando a envergar na próxima época “a camisola” do GDT, um clube que “esteve parado alguns anos”, mas que na última época foi motivo de orgulho para o concelho com a sua equipa de futsal feminino.
A redução do apoio da autarquia também faz mossa no Grupo Desportivo Tabuense que “tem que pensar e ponderar” na tomada de decisões para a próxima época desportiva. “As coisas não estão muito fáceis”, nota Francisco Pais.
De boa relação com a União Desportiva de Tábua e com o Grupo Desportivo Tourizense, o GD Tabuense lamenta que o projeto conjunto tenha falhado, por considerar que a “conjugação de esforços era importante”, até porque “os jovens cada vez são menos”.
Tourizense prossegue na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra
Arredado do projeto da União Desportiva de Tábua por “não concordar com a política que estava a ser seguida”, o Grupo Desportivo Tourizense prepara a próxima época desportiva na Divisão de Honra da Associação de Futebol de Coimbra.
Com início do campeonato “à porta”, o presidente da direção do clube, Jorge Alexandre rejeita que o clube seja envolvido em qualquer polémica, até porque “o Tourizense já saiu da UDT há um ano e não houve conflito”. “Ficámos clubes separados”, realçou o dirigente ao Notícias de Tábua, notando que para trás ficaram “tomadas de decisão” por parte da UDT, sem que tenha sido dado conhecimento ao Tourizense, nomeadamente “um protocolo com o Tondela”. “Acharam-se no direito de fazer isso e nós tomámos a decisão de abandonar o projeto”, referiu.
A notar as boas relações como Grupo Desportivo Tabuense, Jorge Alexandre destaca a disponibilidade do Tourizense para continuar a trabalhar com aquele clube, com o apoio da Câmara Municipal de Tábua. “Os miúdos são poucos”, pelo que o caminho passa pela “rentabilização de recursos”.
Sobre a redução do apoio do Município dirigido às coletividades, Jorge Alexandre confessa que gostaria que a verba a receber fosse maior, mas nota que cada Município deve viver com a sua própria realidade.