O antigo candidato nas listas da Coligação PSD/ CDP-PP “Coragem para Mudar” à União de Freguesias de Ázere e Covelo, Amílcar Luís, que foi também durante vários anos presidente da conhecida IPSS local – ACUREDEPA, lançou, recentemente, o pânico no Jardim de Infância de Ázere (JI), tendo entrado nas instalações daquele estabelecimento escolar e desferido vários insultos às funcionárias e educadora, provocando um sentimento de medo e terror nas crianças que se encontravam em atividades letivas.
O ex autarca que, ao que o NT apurou, foi condenado a pena suspensa por desvio de fundos daquela IPSS enquanto foi seu dirigente, volta agora a ser alvo de queixa ao Ministério Público pelos atos praticados contra as colaboradoras e crianças do JI.
Contactada pelo Noticias de Tábua, a presidente da UF de Ázere e Covelo, Isabel Lourenço, garante que quando foi chamada ao local, o indivíduo já tinha abandonado as instalações do Jardim de Infância, deparando-se com crianças e colaboradoras ainda “muito nervosas” e “perturbadas” com o que tinham acabado de presenciar.
“Ele terá entrado e começado a fazer um discurso inoportuno, dizendo à educadora e às funcionárias que não prestavam, que não sabiam o que estavam a fazer, e que não podiam estar ali. Que fossem para a sua terra porque ali o que devia funcionar era uma rádio e não um infantário”, relata-nos a autarca, também ela visivelmente afetada com esta situação, que não tem qualquer paralelo na aldeia.
Apesar do homem residir em Ázere e de “toda a gente o conhecer”, a autarca conta que, a certa altura, as colaboradoras do JI começaram a ficar assustadas porque “nunca se sabe o que passa pela cabeça das pessoas”.
À presidente da Junta as crianças terão contado que “esteve aqui um homem mau” que “gritava muito com elas”, diz Isabel Lourenço, considerando que as funcionárias foram de “um profissionalismo incrível”, porque mesmo estando “nervosas”, conseguiram manter a calma perante as crianças e até perante o “agressor”, tentando sempre “desvalorizar” o que estava a dizer.
Sem explicação aparente para o sucedido, desconhecendo inclusivamente qualquer perturbação psíquica associada ao antigo autarca, a presidente da Junta de Ázere e Covelo entende que a situação tem de ser averiguada, porque alguém que toma uma atitude destas “não pode estar bem”, diz. Além disso, refere, está em causa a estabilidade emocional das funcionárias e das crianças, sobretudo as “mais frágeis”, que com isto podem vir a desenvolver algum medo em vir à escola. “Só se fosse esse o objetivo dele para lhe ser cedido este espaço” avança a autarca, que garante já terem sido reforçadas as medidas de segurança junto ao jardim de infância e na própria aldeia.
O caso apanhou também de surpresa o presidente do Agrupamento de Escolas de Tábua, Sidónio Costa, que diz “nunca ter visto uma coisa assim” no concelho, não percebendo as motivações do homem para um comportamento desta natureza. “Isto é uma coisa que não passa pela cabeça de ninguém. E que não tem nada de racional”, entende o presidente do AET, que confirma a queixa no Ministério Público, esperando agora que se averigue os acontecimentos “inusitados” no jardim de infância de Ázere.
Ao Notícias de Tábua, a vereadora da Câmara Municipal de Tábua, Susana Mendes, garantiu também estar a “acompanhar de perto” o caso do Jardim de Infância de Ázere, onde o Município colocou desde ontem mais uma assistente operacional. “Esta foi a medida imediata que tomámos para reforçar o apoio e a vigilância às crianças” refere a vereadora, lembrando que o caso está agora sob a alçada dos tribunais, uma vez que foi acionada a GNR no local, que fez a participação ao Ministério Público.
Para Susana Mendes tratou-se de um ato “inesperado”, mas com contornos graves, na medida em que estão em causa crianças de tenra idade e funcionárias que estão “muito perturbadas”.
Apesar das tentativas, o NT não conseguiu chegar à fala com o alegado autor do ataque ao Jardim de Infância de Ázere.